J R Guzzo
O Artigo 13 da Constituição Federal diz que “a língua
portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil”. Mas quem ouve
a ministra Rosa Weber ou o ministro Celso de Mello, por exemplo, lendo no
plenário do Supremo Tribunal Federal a papelada em que escrevem as suas
sentenças não consegue entender coisa nenhuma do que estão dizendo. É português,
aquilo? As palavras estão no Aurélio, é verdade, mas alguma coisa está muito
errada com todo o resto, pois o patuá com que se dirigem ao público é
perfeitamente incompreensível.
Existem problemas óbvios com a sintaxe, a morfologia, a
semântica, a análise lógica, a sequência compreensível de frases, a conclusão
de raciocínios e tudo o mais o que compõe uma gramática correta - e o resultado
é que ao invés de usar as palavras certas nos lugares certos, mandamento número
1 da linguagem bem falada ou escrita, usam as palavras erradas nos lugares
errados.
Pode isso, Arnaldo? Não deveria poder, pois o cidadão
brasileiro, pelo que diz a lei, tem o direito de ler ou ouvir em português todo
e qualquer documento público. Com o idioma que usam, a ministra Weber ou o
ministro Mello poderiam muito bem falar em húngaro nas sessões, por exemplo -
iria dar na mesma, já que ninguém vai entender nada de um jeito ou de outro.
Esses dois são casos desesperados, mas a maioria dos outros
ministros não é muito melhor - acham que estão falando em “linguagem técnica”,
ou “erudita”, quando estão apenas escondendo a sua incapacidade de se expressar
em português correto. É uma comprovação a mais do subdesenvolvimento deste
País.
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