O Globo de ontem trouxe uma reportagem que abordava os
vendedores de maconha e cocaína que atuam livremente nas imediações do Posto 9
da praia de Ipanema, em Copacabana, no Leme e sabe-se lá onde mais. Entre
outras coisas o jornal diz que “a Polícia Militar ressalta o uso de
quadriciclos e o Policiamento Ostensivo Geral Especial de Praia, com agentes
fardados nas areias e calçadões”.
Testemunha que sou desse tipo de tráfico, que já tem uns dez
anos ou mais - não dá para precisar -, afirmo e assino embaixo que a PM mente
vergonhosamente. Há muito tempo não se vê nem sombra de policiamento na praia,
pelo menos nas imediações da Rua Vinicius de Moraes, que fica ao lado do
tristemente famoso Posto 9 por ser ponto de reunião dos consumidores de drogas.
Há uns dois meses narrei no Face, em meu antigo endereço, um
problema que tive com dois desses traficantes que, abusados, sentaram em uma
das cadeiras onde eu, minha esposa, minha nora e uma amiga estávamos – meu
filho estava na água com os netos. Sabendo de quem se tratava, não muito
delicadamente, mandei-os sair. E saíram, mas sentaram-se ao lado, acenderam um
baseado fazendo questão de jogar a fumaça em nossa direção e, novamente, os
mandei sair. Só que dessa vez um deles se levantou, resolveu me peitar e tomou
um soco nos dentes que me cortou os dedos. Para minha sorte, a “turma do deixa
disso” interveio e conseguiu “convencer” os vagabundos a saírem dali, senão eu,
que aos 67 anos, não aguento mais um gato pelo rabo, iria apanhar feio.
Ontem mesmo, por curiosidade, fotografei um dos muitos
traficantes que transitam livres, leves e soltos todos os dias (fotos), ao mesmo
tempo que fiquei uma hora procurando um policial, para pelo menos fotografar a
raridade, sem sucesso.
Na verdade o carioca hoje é refém de bandidos de todas as
espécies. Aí incluo os “moradores de rua”, que ontem deram o exemplo de quem
verdadeiramente são, quando um deles assassinou duas pessoas sob os olhares
plácidos de policiais, que nem quando estão presentes mostram para que servem.
Repito: a PM mente acintosamente. Não há nem sombra de
agentes fardados nas areias e calçadões.


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